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O cancro colorretal (CCR) é um dos mais prevalentes na população portuguesa, justificando a implementação de um programa de rastreio de base populacional, destinado à população geral, com critérios de admissibilidade.
Não são incluídos no rastreio, devendo ser submetidos a colonoscopia total:
- Doentes que apresentam sinais e/ou sintomas sugestivos da existência de patologia do cólon ou do reto (consultar a Norma “Prescrição de Colonoscopia”);
- Doentes com Doença Inflamatória Intestinal;
- Doentes com antecedentes pessoais de adenoma ou de cancro do cólon ou do reto;
- Doentes com antecedentes familiares de primeiro grau de adenoma (s) ou de cancro do cólon ou do reto, síndromes hereditárias de cancro do cólon e reto.
Assim mesmo, utentes com história familiar de síndromes hereditários de cancro do cólon e reto devem ser obrigatoriamente seguidos em consulta de gastrenterologia. Devemos considerar a realização de testes genéticos em pacientes < 50 anos ou com história familiar de CCR em idade jovem.
O rastreio de cancro colorretal pode adotar diferentes periodicidades dependendo das características do doentes e antecedentes:
- Sem história pessoal ou familiar prévia: rastreio populacional;
- História familiar com pelo menos um familiar direto diagnosticado antes dos 60 anos, ou dois familiares diretos qualquer idade: colonoscopia a cada 5 anos, desde os 40 anos ou 10 anos antes da idade de diagnóstico do familiar;
- História pessoal de colite ulcerosa: colonoscopia anual, começando 8 anos depois do diagnóstico;
- História pessoal de síndrome hereditário não-polipoide (Síndrome de Lynch): colonoscopia anual, começando aos 25 anos;
- História pessoal de polipose adenomatosa familiar: perante recusa de cirurgia profilática - colonoscopia anual, começando aos 10 anos;
- História pessoal de adenomas prévios: colonoscopia a cada 3-5 anos.
Clínica
- Sintomas constitucionais - febre, perda de peso, caquexia;
Cólon direito
- Melenas ou sangramento oculto;
- Manifestações de deficiência de ferro, especialmente em homens > 50 anos e mulheres pós-menopáusicas;
- Diarreia.
Cólon esquerdo
- Alterações nos hábitos intestinais (tamanho, consistência, frequência);
- Fezes raiadas de sangre;
- Dor abdominal tipo cólica (em virtude de obstrução).
Reto
- Hematoquezia - devemos suspeitar SEMPRE de carcinoma colorretal em doentes com sangramento retal;
- Dor retal, tenesmo;
- Calibre das fezes alterado, em forma de lápis.
Alguns sinais de alarme que devemos sempre considerar no CCR:
- Melenas / hematoquezias;
- Hábitos intestinais alterados;
- Perda de peso súbita ou inexplicada;
- Deficiência de ferro, especialmente em homens > 50 anos e mulheres pós-menopáusicas.
Constituem clínica sugestiva de doença metastizada - podendo até anteceder a clínica do próprio CCR - as seguintes manifestações:
- Metástases hepáticas (mais comuns) - ascite, hepatomegalia, distensão abdominal, icterícia extra ou intrahepática, anorexia;
- Metástases pulmonares - dispneia, tosse, hemoptise, derrame pleural;
- Metástases peritoneais - ascite, distensão e dor abdominal;
- Afetação linfática - nódulo de Virchow distante.
Tpicamente, os carcinomas metalizam de acordo com a sua localização:
- Cólon e reto superior: metatizam para o fígado, via veia porta;
- Reto inferior: metastizam para o pulmão, via veia cava inferior.
Diagnóstico
O workflow diagnóstico caracteriza-se normalmente por:
- Toque retal - em todos os doentes com hemorragia digestiva baixa;
- Colonoscopia total - nos doentes com suspeita de CCR - toque retal inconclusivo, sinais de alarme ou fatores de risco;
- Sigmoidoscopia flexível com / sem anuscopia: em doentes selecionados com hematoquezias intermitentes e < 40 anos, sem sinais de alarme ou fatores de risco.
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O rastreio de cancro colorretal pode adotar diferentes periodicidades dependendo das características do doentes e antecedentes:
- Sem história pessoal ou familiar prévia: rastreio populacional;
- História familiar com pelo menos um familiar direto diagnosticado antes dos 60 anos, ou dois familiares diretos qualquer idade: colonoscopia a cada 5 anos, desde os 40 anos ou 10 anos antes da idade de diagnóstico do familiar;
- História pessoal de colite ulcerosa: colonoscopia anual, começando 8 anos depois do diagnóstico;
- História pessoal de síndrome hereditário não-polipoide (Síndrome de Lynch): colonoscopia anual, começando aos 25 anos;
- História pessoal de polipose adenomatosa familiar: perante recusa de cirurgia profilática - colonoscopia anual, começando aos 10 anos;
- História pessoal de adenomas prévios: colonoscopia a cada 3-5 anos.
Podemos, em alternativa à colonoscopia, realizar sigmoidoscopia flexível a cada 10 anos.
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Follow-up dos doentes com cancro colorretal após tratamento curativo:
- Exame clínico + níveis de CEA: a cada 3-6 meses durante 2 anos, e depois a cada 6 meses por 3 anos adicionais;
- TAC-TAP: anualmente durante 5 anos;
- Colonoscopia: 1 ano após a colonoscopia pré-operatória (ou 6 meses se este foi incompleta previamente) e a cada 3-5 anos, indefinidamente.
O CEA é um marcador prognóstico que não deverá servir para screening. A sua elevação no follow-up, no entanto, urge avaliação por colonoscopia.