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A hemorragia digestiva pode ser uma emergência médica, sendo que a hemorragia digestiva alta (HDA) é cerca de 1.5 - 2 vezes mais comum que a baixa (HDB). A mortalidade é < 5%. 

Classificação e causas mais Frequentes

  • Alta: lesões localizadas acima do ângulo de Treitz (úlcera péptica – 50%, varizes esofágicas – 5 a 40%, laceração de Mallory Weiss – 5 a 10%, erosões gastrointestinais, massas / pólipos / neoplasias);
  • Baixa: lesões localizadas abaixo do ângulo de Treitz (hemorróidas, fissuras anais, doença diverticular, ectasias vasculares, angiodisplasias, neoplasias, colite – infeciosa, isquémica, DII). Ver imagem descritiva.

Formas de apresentação

  • Hematemeses - vómito com conteúdo hemático  - sugerem hemorragia digestiva alta;
  • Melenas - fezes de coloração escura/negra, odor fétido - sugerem hemorragia digestiva alta, por sangue no trato gastrointestinal há mais de 14 horas.
  • Hematoquezias -  fezes coloração vermelha viva - sugerem hemorragia digestiva baixa (exceção: hemorragia maciça);

Suspeita de hemorragia digestiva baixa

Características que corroboram suspeita de HDB:

  • Hematoquezias;
  • Melenas com lesão documentada no cólon direito;
  • HDB prévia;
  • Fonte conhecida de potencial HDB: diverticulose, angiodisplasia, polipectomia prévia, cancro colorretal.

Sinais de choque

  • Alteração do estado de consciência;
  • Hipotensão (PAM<60mmHg);
  • Taquicárdia  (FC > 100bpm);
  • Má perfusão periférica (tempo de enchimento capilar > 2 segundos ou lactatos > 2mmol/L).

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Sinais de alarme e fatores de risco

Os doentes com hemorragia digestiva baixa deverão sempre ser submetidos  estudos adicionais - colonoscopia - nos seguintes casos:

  • Sintomas constitucionais concomitantes: perda de peso, fraqueza, febrícula, caquexia;
  • Alterações no calibre ou consistência das fezes, sugestivo de processo neoformativo;
  • Doentes com idade superior a 50 anos, exceto se fizeram a última colonoscopia há < 2 anos (não terão tido tempo para desenvolver neoplasia);
  • Doentes com história pessoal ou familiar de poliposes familiares ou síndromes hereditários não-polipomatosos (polipose adenomatosa familiar, polipose juvenil familiar, síndrome da polipose hiperplásica, síndrome de Peutz-Jeghers, síndrome de Cronkhite-Canada, síndrome de Cowden)

Algumas características que nos remeteriam para um caso de alto risco clínico:

  • Idade > 60 anos;
  • Comorbilidades crónicas (cirrose, neoplasias, insuficiência cardíaca);
  • História prévia de diverticulose, angiectasias;
  • Apresentação de hemorragia prolongada / permanente que não cessa.

Nestas situações, estará indicada a realização de:

  • Colonoscopia total com biópsias, endoscopia digestiva alta com biópsias. Ponderar encaminhamento hospitalar para realização de videocápsula (ou solicitar, de acordo com os protocolos locais/regionais);
  • Realizar rastreio de doença celíaca (doseamento de anticorpos anti-transglutaminase e anti-gliadina e IgA total);
  • Considerar suporte transfusional para alvo de hemoglobina > 7g/L (> 8g/L se cardiopatia isquémica conhecida) - perante estes resultados, o doente deverá ser encaminhado ao SU;
  • Iniciar terapêutica com suplementação se ferropénia absoluta (ou funcional em doentes com insuficiência cardíaca ou doença renal crónica), de acordo com as normas da DGS;
  • Os doentes com resultados anormais identificados nos exames realizados, deverão ser encaminhados, dependendo dos resultados, para consulta de Gastroenterologia, caso reúnam critérios;
  • Os doentes com HDB persistente, sem alterações nos exames e sem resposta à terapêutica, poderão ser referenciados para consulta de Medicina Interna para seguimento posterior.

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A vídeocápsula faz-se caso se suspeita de hemorragia digestiva média. 

Suspeitaríamos, principalmente, de:

  • Doente > 40 anos: angiectasias delgado, neoplasias, erosões e úlceras por AINEs;
  • Doente < 40 anos: divertículo de Meckel, doença de Crohn, síndromes de polipose.

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A vídeocápsula faz-se caso se suspeita de hemorragia digestiva média. 

Suspeitaríamos, principalmente, de:

  • Doente > 40 anos: angiectasias delgado, neoplasias, erosões e úlceras por AINEs;
  • Doente < 40 anos: divertículo de Meckel, doença de Crohn, síndromes de polipose.